Pampulha terá mais quatro vôos nacionais temporários

Mais Vôos são liberados até junho de 2007 para a Pampulha
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou quatro empresas a operar vôos domésticos no Aeroporto da Pampulha, a partir de domingo, o que vai amenizar os transtornos causados pelos constantes engarrafamentos (foto) ao longo da Linha Verde, via expressa que liga BH ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. A medida prevalece até junho de 2007. A construção da Linha Verde segue em ritmo acelerado, mas, mesmo assim, algumas obras, como as sete estruturas que vão interligar o Anel Rodoviário e a Avenida Cristiano Machado, só devem ficar prontas até maio do ano que vem.

A novela Confins x Pampulha volta ao cartaz após 20 meses da transferência dos vôos para confins.
A manobra busca atender aos interesses das empresas; com a nova mudança, Pampulha ganha mais 4 vôos, aproveitando as brechas da legislação para levar as companhias a operar novamente na capital.
 

Um ano e oito meses após a transferência de 130 vôos para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, o Aeroporto da Pampulha deverá abrigar mais quatro operações nacionais, em caráter temporário, até 27 de junho de 2007. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que substituiu o antigo DAC na regulação do setor, publicou nota em seu site autorizando os novos vôos - do limite de oito que haviam sido estabelecidos nas negociações que precederam a transferência dos vôos, em março de 2005, e transformaram o Pampulha em aeroporto regional.
As companhias TAM e Gol, que já atuam no local, terão mais um vôo cada uma, e a BRA e Webjet passam a ter direito de operar trechos nacionais a partir da Pampulha. Das quatro companhias, apenas a Webjet informou os destinos (Rio de Janeiro, podendo chegar a Curitiba e Porto Alegre) e horários (veja quadro), que começam a vigorar a partir de 13 de novembro. As assessorias de imprensa da Gol, TAM e BRA argumentaram que ainda não foram comunicadas pelas empresas dos novos vôos. Comprometeram-se a checar a informação, mas não retornaram as ligações do HOJE EM DIA.
Na mesma nota, a Anac autoriza a prorrogação dos prazos para o término das obras da Linha Verde, previsto inicialmente para dezembro deste ano, para 27 de junho de 2007. O superintendente de Infra-estrutura Aeroportuária da Anac, Luiz Kazumi Miyada, disse que a alteração foi solicitada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas, Wilson Brumer, que ontem estava no Rio de Janeiro participando de reuniões e, segundo sua assessoria de imprensa, não poderia atender à reportagem.
Como a Anac não tem influência legal sobre as obras realizadas em Minas, Miyada explicou que a autorização refere-se a um acordo firmado, na época da transferência dos vôos, entre o DAC e o Governo de Minas. Em março de 2005, o Estado se comprometeu a melhorar o acesso ao aeroporto internacional como contrapartida para a mudança. ‘Por isso achamos necessário autorizar os vôos, em caráter temporário, uma vez que também a Varig parou de operar ali e deixou um vôo em aberto», diz o superintendente.
Como atualmente quatro vôos nacionais partem e pousam na Pampulha, com mais dois vôos nacionais da Webjet e um da Gol, TAM e BRA, o aeroporto passará a oferecer nove vôos nacionais _ 18, contando os retornos _, um a mais do que o estabelecido pela portaria. Miyada não soube explicar que vôos seriam esses, e porque o número supera o acordo. Disse que essas informações seriam fornecidas pelo diretor de Serviços Aéreos da Anac, Mário Gusmão, que, no entanto, não retornou as ligações do HOJE EM DIA. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico negou, por meio da assessoria de imprensa, que os vôos nacionais estejam voltando, aos poucos, para o Aeroporto da Pampulha, mas também não soube explicar porque haverá um vôo a mais do que o permitido.
O diretor de Imprensa do Sindicato Nacional dos Aeroportuários, Leandro Pinheiro, protestou com a medida da Anac. Segundo ele, trata-se de uma manobra para atender aos interesses das empresas, aproveitando as brechas da legislação para levar as companhias a operar novamente na capital. «Vou protocolar um pedido de investigação ao Ministério Público Federal contra a agência. A medida vai contra tudo o que foi acertado até agora e afeta diretamente o acordo de transferência dos vôos para Confins, que foi um sucesso», afirma.
Hoje, o Pampulha mantém 40 linhas para o interior de Minas. Desde a mudança, houve um crescimento de 60% na aviação regional mineira. Já Confins, que operava com menos de 10% de sua capacidade, de 5 milhões de passageiros por ano, agora atende a 3,5 milhões.


fonte : Jornal Hoje em Dia - 28/10/2006
Aline Reskalla Editora-adjunta

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