O naturalista dinarmarquês que projetou a região de Lagoa Santa para o mundo vai batizar o mais novo roteiro turístico de Minas Gerais. Em 28 de maio, em solenidade prevista para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na região metropolitana, será oficializada a Linha Lund, que vai oferecer ao visitante um passeio por três grutas mineiras: a da Lapinha, em Lagoa Santa, a Rei do Mato, em Sete Lagoas, e a de Maquiné, em Cordisburgo.

O circuito deve receber R$ 8 milhões em investimentos. Parte dessa verba será investida em nova iluminação das cavernas, que garantirá economia de até 70% em relação às lâmpadas usadas atualmente. O início do roteiro será no Sumidouro, onde o turista visitará a Lapinha, os centros receptivos que serão construídos e os novos atrativos. A próxima parada é na Rei do Mato, onde será instalado um centro de visitantes. Essa caverna, de 235 metros de extensão, tem três salões com pinturas rupestres datadas em torno de 6 mil anos.
Parte do dinheiro a ser investido no Parque Estadual Sumidouro será destinada à construção de duas estruturas de recepção aos visitantes, que devem ficar prontas em junho de 2010. A primeira, cuja pedra fundamental deve ser lançada em 13 de maio, dará cara nova à entrada principal da unidade ambiental, acesso para turistas que visitam a Gruta da Lapinha. Além da nova portaria, que será concluída no mês que vem, o projeto é erguer um centro receptivo equipado com cafeteria, espaço para exposição de artesãos locais e objetos antigos encontrados na região, além de lojas de suvenir, lanchonete e guarda-volume.

Os quiosques construídos perto da entrada da gruta serão destruídos, pois o novo centro de recepção cumprirá bem o papel de oferecer conforto aos turistas. O atual imóvel levantado entre os quiosques e a entrada da gruta também será derrubado: “A estrutura está condenada. Há risco de cair. Outra questão é que ele foi feito bem ao lado do paredão da Lapinha”, explica Rogério Tavares, gerente do parque, enquanto observa uma réplica da preguiça-gigante, espécie que viveu há cerca de 20 mil anos na área onde hoje está o parque.

Uma réplica do enorme herbívoro chama atenção de quem chega ao local. Avaliada como um importante ímã para atrair visitantes, ela deve ser restaurada e a direção do parque vai propor à Universidade de São Paulo (USP), proprietária da cópia da preguiça, que a transfira para o saguão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, na vizinha cidade de Confins, com o objetivo de despertar a atenção do turista que chega ao estado para as riquezas da Minas da pedra lascada.

O segundo centro receptivo, cuja obra deve ser iniciada no segundo semestre, também ficará pronto no ano que vem. Deve ser erguido no outro lado do parque, entre a Estrada da Lapinha e a lagoa. Orçado em R$ 2 milhões, o empreendimento contará com auditório para 180 pessoas, espaço de exposição de biodiversidade e arqueologia, cafeteria, lojas, entre outras estruturas. “O visitante terá uma síntese do parque inteiro”, diz Tavares, acrescentando que o local será vizinho à Casa Fernão Dias, que também está sendo restaurada e receberá, nas próximas semanas, um anexo onde funcionará o apoio administrativo.

COPA 2014 As obras também fazem parte dos preparativos do governo de Minas para o torneio mundial de futebol que será realizado no Brasil daqui a cinco anos. Uma das intenções é que Belo Horizonte, que deve ser confirmada como uma das 12 sedes, ofereça hospedagem ao estrangeiro, mas que ele também visite atrações como o Parque do Sumidouro e as cidades históricas.