GRUTA DA LAPINHA

Patrimônio natural protegido

             A Prefeitura Municipal de Lagoa Santa estará inaugurando oficialmente, no dia 12 de abril de 2003, um sistema de vigilância eletrônica (monitorada) e circuito fechado de TV, no principal atrativo turístico da cidade, a Gruta da Lapinha. Esse sistema, alarmes e câmeras, entrará em operação juntamente com o sistema de iluminação interna da Gruta, que já foi totalmente recuperado e melhorado.

        Além dessas medidas, a Prefeitura manterá o sistema de vigilância humana, que atualmente já funciona com quatro vigias, o que proporcionará e garantirá um modelo de segurança inovador, no que tange à salvaguarda de um patrimônio natural.

        Essas medidas vêm para garantir a preservação de um patrimônio que merecia uma atenção especial desde sua descoberta em 1835, mas que só a está recebendo nos dias de hoje.

        Por outro lado, é importante esclarecer que as ações praticadas por vândalos e marginais na gruta, que furtaram e depredaram, não são resultantes de um suposto descaso ou abandono. Ora, se marginais se arriscam em cima de postes, dentro de subestações, em galpões industriais, em muitos casos com os sistemas energizados, ou, citando o exemplo da Gruta da Lapinha, inclusive agindo armados e efetuando disparos contra o vigia, teríamos que afirmar que todas as ações marginais que ocorrem no mundo, são fruto de abandono, o que não é verdade.

        A Prefeitura e, especialmente, a Secretaria Municipal de Turismo e Cultura, entendem que as medidas ora adotadas, cumprirão não só o objetivo de garantir a integridade do patrimônio natural, mas também proporcionarão, de forma imediata, conforto e segurança aos turistas, sem distinguir origem ou classe social. Além disso, é intenção da Secretaria mudar diametralmente a questão do fomento ao turismo enquanto política pública. Isto, pois, não podemos falar em turismo, sem colocar na mesa de discussão, tudo e, principalmente, todos que estão e estarão envolvidos: a comunidade.

        Lagoa Santa tem de deixar de ser uma cidade turística apenas para uma meia dúzia de visionários e sonhadores. O turismo, enquanto atividade econômica, tem que ser fator gerador de trabalho e renda, tem que, obrigatoriamente, ser incorporado pela comunidade. Ou seja, enquanto a população de Lagoa Santa, em sua esmagadora maioria, tiver que pegar um ônibus para trabalhar e buscar seu sustento (trabalho e renda) fora do município, fazendo de nossa cidade um dormitório, ou, em outra situação, enquanto o “turismo”, versão Lagoa Santa, for objeto de discussão de reuniões de pequenos grupos de uma elite sem causa, não deixaremos de ser apenas uma cidade potencialmente turística.

        Assim, se ao invés de ficarmos esperando o executivo fazer e assumirmos nosso papel de sujeitos (cidadãos) nesse processo, aí, sim, estaremos, de fato, contribuindo. De nossa parte podemos afirmar que a crítica pode até ser considerada. Isto, quando quem a faz tem credibilidade, compromisso e responsabilidade. Porém, quando feita sem fundamento e sem ter compromisso com os interesses da coletividade, só serve para confundir a opinião pública, ou seja, é um desserviço à população.

 

Valério Márcio Batista

Chefe de Manutenção da Gruta da Lapinha

02-abril-2003