Termina o mês de junho e também as esperanças da comunidade em participar das grandes festas juninas. Até o ano 2000 ainda existiam as tradicionais festas, que reuniam uma grande quantidade de pessoas das mais variadas classes sociais. Tais eventos tinham como principais organizadores a Prefeitura Municipal - Festa da Boca do Rancho; o Estado - Festa da FEBEM; a União - festa do PAMA_LS; além das associações de bairros - Festa do Brant.
Hoje, as festas juninas são mais localizadas nas escolas, igrejas e grupos de amigos, destinadas a um público mais específico.
O enfraquecimento da organização das festas de época na cidade mostra um envelhecimento da tradicional família de Lagoa Santa e o desinteresse dos novos líderes comunitários e políticos em manter estas festas. Tal conduta faz com que a atual geração de jovens encontre outras formas de diversão, longe das antigas tradições.
Além disto, a mágoa nas relações políticas afasta o surgimento dos novos líderes e afeta os relacionamentos sociais e econômicos de toda uma sociedade.
Os filhos da tradicional família de Lagoa Santa, em busca de melhor emprego, vão para outras locais. O crescimento demográfico, em torno de 3%, faz com que a cidade receba, em média, mil habitantes por ano, ampliando a população que utiliza a cidade como dormitório. Na outra ponta, há um aumento considerável na classe prestadora de serviços, destacando-se os caseiros, jardineiros, domésticos, devido à demanda pelo surgimento de residências nos muitos condomínios e bairros da cidade, que demandam ainda a média de três novas ligações diárias de água e luz.
A falta das tradicionais festas e lazer em geral, prejudica a comunidade, que há muito reclama da falta de opções de divertimento , enquanto que cidades vizinhas e a capital investem em grandes festas e eventos culturais. Em Belo Horizonte e em vários lugares do país, nesta época do ano são realizados os grandes concursos de quadrilhas, que contam ainda com a divulgação dos grandes veículos de comunicação.
Lagoa Santa, ao contrário, demonstra uma decadência nesse sentido, refletindo ainda na inércia da população diante do marasmo cultural pelo qual estamos passando. Mês a mês são criadas associações comunitárias , mas a maioria com finalidades voltadas para a segurança e preservação da lagoa central, esquecendo que temos problemas tambem com as prestadoras de serviços, manutenção do nosso patrimonio histórico e cultural, meio ambiente e aumento do serviço comunitário.

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2 julho, 2005