O superintendente do Aeroporto de Confins, Ricardo José da Rosa Rodrigues, responsabiliza as autoridades estaduais e municipais pelo baixo aproveitamento do investimento que custou US$ 550 milhões para ser construído no final da década de 70 e início dos anos 80. Inaugurado em março de 1984, Confins até hoje não tem um acesso direto. As pessoas enfrentam as dificuldades do trânsito na avenida Cristiano Machado e o custo das corridas de taxi até o local , disse.

O prejuízo de Confins contabilizado pela Infraero chegou a R$ 1,7 milhão apenas no primeiro semestre deste ano, praticamente empatando com o prejuízo de todo o ano de 2001, que fechou com um saldo negativo de R$ 1,8 milhão. Considerando o ritmo dos primeiros meses de 2002, esse prejuízo pode ser o dobro este ano , disse ele. Outros problemas dizem respeito ao número de lojas construídas, 40, que estão praticamente todas fechadas.

O movimento de cargas, porém, vem apresentando crescimento. Em 2001 foram transportadas 15 mil toneladas, e estão previstas 18 mil toneladas em 2002. Confins é o sexto aeroporto cargueiro do País. Quanto à transformação em aeroporto-indústria, apenas o segmento de jóias vem manifestando interesse em utilizar o espaço para exportar. Seria uma espécie de zona franca, com isenção de tributos na importação para processamento e exportação , disse. A área teria respaldo legal na Medida Provisória nº 2145/33 de 28 do junho de 2001, nas Resoluções 79 e 80 da Receita Federal e Camex.

Na opinião do comandante Ênio Montenegro, consultor aeronáutico, a instalação de indústrias na área do Aeroporto de Confins não vai acontecer em menos de dez anos, período longo demais para esperar. Jogaram US$ 550 milhões no meio do mato , disse ele, que participou de várias reuniões do movimento Pró-Confins, que segundo avalia, não deu em nada .

Para ele, os problemas relacionados ao desinteresse por Confins dizem respeito à perda de poder político de Minas. Foram governadores fracos de 1984 para cá, ocasionando não apenas o esvaziamento de Confins como de todo o Estado, que precisa voltar a crescer , disparou o comandante. Não se trata de tarifas que incentivem empresas e companhias aéreas. Precisamos de desenvolvimento , reforça. (AD)

Pouso forçado - Aeroporto de Confins agoniza
TAM confirma transferência de operação
Dificuldade de acesso é a principal reclamação

Vamos torcer para que não seja mais uma obra pública desativada em nossa cidade. Conheça a relação das que não deram certo.