- As cidades do entorno do Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins),
que vai passar por uma transformação a partir de 13 de março,
quando começa a receber as operações de vôos
do Aeroporto da Pampulha, já estão se movimentando para
atrair novas empresas para a região. Mas nem todas possuem uma
relação de intercâmbio com o Aeroporto de Confins.
É o caso de um grupo de 12 empresas do setor de papel, que está
investindo R$ 45 milhões na construção de fábricas
no distrito industrial de Gao, em Lagoa Santa.
- Segundo o presidente da Associação das Empresas do Condomínio
Industrial de Lagoa Santa, Antônio Eduardo Baggio, foram adquiridos,
no total, 120 mil metros quadrados de área. O início das
obras está previsto para agosto ou setembro, já que ainda
não foi emitido o documento de licenciamento ambiental. A previsão
do empresário é de que as indústrias entrem em operação
a partir do início de 2006. Baggio disse que serão gerados
1.250 empregos diretos e 1.750 indiretos.
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De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de
Lagoa Santa, Marcelo Doco, o distrito industrial da cidade, que é
dividido em dois, o Gao e Vista Alegre, ainda dispõe de 30 mil
metros quadrados de área, com completa infra-estrutura, incluindo
água, luz e asfalto.
- A expectativa da prefeitura é que a área ainda disponível
possa ser preenchida por companhias interessadas em exportar através
do Aeroporto de Confins. Ele informou, ainda, que a prefeitura possui
um banco de emprego, composto por 150 pessoas, com experiência no
setor de aviação.
- Parte desses trabalhadores são ex-funcionários da Transbrasil
e da Vasp.
Outro município que se prepara para receber investimentos é
Vespasiano. De acordo com o prefeito local, Ademar José (PSDB),
a prefeitura recebeu recentemente “uma série de consultas
de indústrias têxteis do Sul do país, que manifestaram
o desejo de se instalar na cidade". Ele disse que pretende ampliar
o número de distritos industriais em Vespasiano, distante 23 quilômetros
de Belo Horizonte, mas preferiu não detalhar as estratégias.
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As
principais empresas de aviação do país confirmaram
ontem em Belo Horizonte que manterão sete operações
de pousos e decolagens no Aeroporto da Pampulha, independentemente da transferência
de vôos, a partir do dia 13 de março, para o Aeroporto Internacional
Tancredo Neves (Confins). Permanecem na Pampulha os vôos para São
Paulo (partida às 7h55 e chegada às 20h15, pela TAM, e partida
às 6h55, pela Varig), Brasília (partida às 9h25 e chegada
às 19h10, pela Gol) e Rio de Janeiro (partida às 8h29, pela
Varig). A Varig também disponibilizará um vôo do Galeão
para a Pampulha, com saída às 7 horas. As empresas informaram
que irão cobrar a tarifa normal.
A manutenção desses vôos na Pampulha, que foi solicitada
pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), está prevista
para até 30 de novembro. As empresas admitem a possibilidade de o
acordo ser prorrogado, desde que haja consenso entre as partes envolvidas.
A intenção do prefeito de BH é manter os vôos
na Pampulha pelo prazo de um ano e meio a dois anos, até que as obras
de melhoramento das vias de acesso para Confins estejam concluídas.
De acordo com o secretário de estadual de Desenvolvimento Econômico,
Wilson Brumer, o projeto de duplicação da MG-10 deverá
estar concluído até março. A licitação
da obra está prevista para abril.
Com as mudanças, que têm como metas desafogar a Pampulha e
dar novo fôlego a Confins, que opera atualmente com menos de 10% de
sua capacidade total, de 5 milhões de passageiros/ano, permanecerão
no aeroporto central da cidade apenas os vôos regionais. Do total
de 130 operações diárias efetuadas na Pampulha, uma
média de 100 será transferida para o aeroporto internacional.
As outras 30 ficarão por conta dessas operações regionais,
que utilizam aeronaves turboélice com capacidade para até
50 passageiros. As medidas foram anunciadas ontem em um encontro, na PBH,
que contou com a presença de Pimentel, Brumer e representantes da
Infraero, DAC e empresas aéreas.
De acordo com o superintendente de Comunicação Social da Infraero,
Nunzio Briguglio, a empresa acredita que, com a transferência de vôos,
Confins passe a movimentar cerca de 3,4 milhões de pessoas em 2005.
Segundo ele, se a reação for confirmada, o Aeroporto de Confins
poderá até passar por um processo de expansão em 2006.
Segundo o diretor de Planejamento e Estatística da Gol, Maurício
Emboaba, o pouso em Confins representa cinco minutos a mais de vôo
em relação às descidas na Pampulha. O gasto extra por
conta desses minutos é de US$ 400 por vôo. Ele informou também
que as empresas terão um gasto a mais com a permanência de
uma equipe para atender as duas operações diárias no
Aeroporto da Pampulha.
fonte: Jornal Hoje em Dia - edição de 04/02/2005 |