Descaso do Patrimônio Cultural de Lagoa Santa |
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A
vulnerabilidade do patrimônio edificado existente aliada à crescente
corrida imobiliária tem deixado marcas em toda cidade. Autênticos
exemplares do período colonial, como a Igreja do Rosário, e também
do estilo modernista, como o antigo Clube Recreativo, localizado às
margens da lagoa, têm desaparecido aos olhos dos moradores sem que
estes ao menos saibam de sua real importância.
Existe, de fato, certo preconceito em se preservar o “velho”, acreditando que implicaria em excessivos gastos com manutenção, ou que tal edificação não mais seria condizente com novos costumes ou demandas. A negação dos valores culturais de determinado povo culmina em verdadeiro sentimento de alienação, como se sua cultura e história não fossem relevantes ou dignas de atenção. Não valorizar seus bens culturais significa renegar sua própria origem, identidade e condição histórica, culminando, fatalmente, em atraso cultural. Ao contrário, preservar o antigo não significa retardo de desenvolvimento ou estagnação. O povo deve, a partir daí, compreender um novo sentido para preservação, onde não apenas os valores do patrimônio erudito têm relevância, mas especialmente o patrimônio popular local. O
que vem ocorrendo em Lagoa Santa é a substituição de bens de grande
valor histórico-cultural em favor da má arquitetura que além de não
colaborar com a conformação da paisagem urbana, intensifica a degradação
da paisagem natural existente.
Arquiteto e Urbanista graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais e cidadão Lagoa Santense
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![]() ![]() Casarão da rua Conde Dolabela 100 centro, tombado pela Prefeitura no dia 04 de maio de 2005 - antes e depois da demolição. Igreja do Rosario em ruinas. Envie sua opinião |