Um corpo foi encontrado na manhã de sábado, dia 11 de novembro de 2006, nas dependências da Secretaria de Saúde. A situação demonstra o precário sistema de saúde que o país, os estados e a cidade enfrenta, cujas consequências atingem aos mais necessitados.
O corpo de Alexandre Pereira Coelho, 27 anos, morava na rua Deodoro gonsalves Bastos n° 137, foi encontrado no dia 11/nov/06 atrás do gradil do prédio da Secretaria de Saúde, tendo sido identificado pela polícia às 07:30h e levado para Belo Horizonte às 12:30h.
O falecido deixou esposa, Isabel Cristina de Fátima, e dois filhos, um de 01 ano e outro de 04 anos.
Segundo as informações da cunhada, Sandra de F. Freiras, confirmadas pela Santa Casa, Alexandre foi atendido pelo Dr. Rogério de Carvalho no dia 08/11, as 12:25h, reclamando de dores no peito; tendo sido medicado e posteriormente liberado.
No dia 09/11, ao passar pela rua Presidente Antonio Carlos (próximo a rodoviária), Alexandre novamente sentiu-se mal, sendo socorrido por uma moradora, que chamou uma ambulância e a policia, mas sem sucesso; após algum tempo, ele teria se recuperado. No entato, na madrugada de sábado (11/11/06), Alexandre veio a falecer, tendo seu corpo sido encontrado na entrada da sala da Defensoria Pública, no mesmo prédio da Secretaria de Saúde.
O ocorrido alerta pra o desamparo que a população de baixa renda sofre pelo precário atendimento de saúde, que não consegue atender à demanda crescente em busca de seviços médicos, além de a Santa Casa passar por uma crise financeira e administrativa.
Há oito anos, a prefeitura repassa uma verbas mensal para a Santa Casa, que atualmente é de 170 mil reais, para que toda a população tenha ali o atendimento que necessite. No entanto, estima-se que tal valor é inferior ao que seria gasto caso todos os postos médicos da cidade estivessem em atividade, lembrando-se que os PSFs existentes são destinados apenas à prevenção e controle, funcionando até às 17:00h.
Vale lembrar que o Hospital Lindouro Avelar, atualmente gerenciado pela Santa Casa, foi construído e equipado com dinheiro público do município,que tem a função de fiscalizar e fomentar os serviços deste hospital, lembrando que os projetos e a terraplanagem do terreno, foram elaborado por um grupo de empresários locais que participaram na durante a implantação do Aeroporto de Confins na década de 80.
Nota-se que comunidade demonstra certa apatia aos problemas de relacionamento entre a Prefeitura e a Santa Casa, causados pela burocracia, políticas de governo e briga de poder. No entanto, com o elo da corrente se rompendo, o maior prejudicado é a população. Reflete tambem na indiferença da comunidade nas campanhas de ajuda ao Hospital da Santa Casa.
Segundo informações do seu Sr. Haroldo Mattareli, cidadão lagoasantense, em um único dia que compareceu à Santa Casa para ser atendido, (28/10/06) presenciou vários conflitos no atendimento:
- Um açougueiro, cujo filho tinha suspeita de fratura no braço, só conseguiu atendimento por força policial.
- Senhora revoltada quebra a antena de televisão da sala de espera por não conseguir atendimento para uma criança.
- Outra Senhora, em trabalho de parto, foi transferida urgentemente para a cidade vizinha, Vespasiano.
Lixo hospitalar polui uma rua do centro da cidade.
Sem ambulância para filho, pai se revolta.
A Santa Casa de Lagoa Santa desembolsou R$ 650 para o transporte de um bebê em uma ambulância de hospital particular.
- Hospital gerenciado pela Santa Casa de Lagoa Santa inicia suas atividades em 01 de janeiro de 2001
Veja o que ja foi publicado:
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