Leishmaniose avança Belo Horizonte registrou dez casos confirmados de leishmaniose visceral em menos de dois meses. A doença parasitária, transmitida ao homem pela picada do inseto flebótomo, já provocou dois óbitos este ano. O último balanço divulgado no início de fevereiro indicava a existência de um único caso. A doença está em expansão desde sua introdução na capital, em 1994. Em 2001, 53 pessoas adoeceram e nove faleceram. A doença tem o cão doméstico como principal reservatório do parasita Leishmania no meio urbano. A pessoa infectada desenvolve os sintomas lentamente e, sem tratamento adequado, pode ter vísceras, como baço e fígado, comprometidas. Na RMBH a leishmaniose visceral foi identificada inicialmente no município de Sabará, em 1989. A doença está em expansão. Os primeiros casos de contaminação na capital foram notificados em 1994, em moradores das regiões Leste e Nordeste , informou a epidemiologista Eliane Drumond, da Secretaria Municipal de Saúde. Dessa data até janeiro foram registrados 324 casos nas nove regiões da cidade. Um dos fatores que preocupa os técnicos de saúde é o aumento da letalidade (número de mortes entre os casos notificados) que subiu de 11,4% para 17% no ano passado. O percentual é elevado, ao considerar a existência de tratamento eficaz. Na literatura, a letalidade relatada é próxima a 8%. Estão sendo investigadas diferentes situações para explicar as causas desse aumento: a demora no diagnóstico e início do tratamento decorrente da falta de acesso à assistência médica e/ou de suspeita clínica; a dificuldade na busca do leito hospitalar e a ocorrência da doença em pessoas imunodeprimidas. Atividades estão sendo desenvolvidas para reverter o quadro, como distribuição de novo material didático dirigido aos médicos, produzido pelo Centro de Pesquisas René Rachou e governo estadual, e realização de treinamento para clínicos e pediatras, em parceria com a Associação Médica /MG. fonte EM 14/02/2002 (Fabiana Lemos) |