Confins, lutando para não fechar | |
Crise no ar -
Aeroportos da capital seguem rotas opostas
Confins, por sua vez, desde que foi inaugurado, em 1984, com investimentos calculados em US$ 550 milhões, nunca esteve tão vazio. Em 2002, apenas 432,2 mil pessoas usaram os serviços aéreos do aeroporto. Neste ano, a situação de Confins, considerado tecnicamente perfeito , está ainda mais crítica, com uma queda de 26% no fluxo de passageiros, entre janeiro e maio. O número de pousos e decolagens caiu 35%, na comparação com o mesmo período do ano passado, conseqüência da redução no número de vôos, de 16 para nove, nos últimos meses. Com capacidade anual para receber 5 milhões de passageiros, atualmente atende só 8,6% desse montante. Em vias de regra, seu fluxo sempre foi bem aquém do desejado, tendo em vista que alcançou o maior movimento em 1989, quando 1,27 milhão de pessoas voaram por ele praticamente um quinto de sua capacidade. Nos dois aeroportos que atendem a capital mineira sobram os problemas inversos. Como já vêm de longa data, agora, a Infraero (que administra os aeroportos do País) resolveu se movimentar. Neste ano, Confins e Pampulha, juntos, começam a receber investimentos que, após a conclusão das obras previstas, podem chegar próximos aos R$ 90 milhões. Os recursos visam acabar com o tumulto do Aeroporto da Pampulha, onde não há lugar para sentar nos momentos de pico, e concretizar a transformação de Confins em um aeroporto indústria. A intervenção na Pampulha contempla basicamente a ampliação do terminal de passageiros, que hoje tem 4,5 mil metros quadrados e passará a ter mais de 18 mil metros quadrados. Serão criados dois andares diferenciados para embarque e desembarque, além de um terceiro piso para a administração. A princípio, a Infraero anunciou investimentos de R$ 32 milhões para o terminal e de R$ 10 milhões a R$ 15 milhões para a construção de um novo estacionamento, com 1 mil vagas. Agora, no entanto, a expectativa é de que a necessidade de investimento seja ampliada.
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Empresas manifestam interesse em Confins
Três empresas já estão em fase adiantada de negociação para instalação no novo aeroporto-indústria de Confins. Os anteprojetos estão sendo avaliados , diz Nilo Sérgio Reinerh, superintendente do aeroporto. Ele não informa os nomes, mas adianta que são empresas voltadas para exportação. Em 27 de agosto, será realizado um Fórum de Logística, para buscar um número maior de parceiros interessados em trabalhar na área que será oferecida no aeroporto. A Infraero também já preparou um documento para apresentar ao governador, no sentido de apoiar, tecnicamente, a duplicação da via de acesso ao aeroporto, a MG-10. O maior problema enfrentado por Confins é relacionado com a distância percorrida para chegar ao aeroporto (38 quilômetros do Centro de Belo Horizonte) sem a existência de uma via de acesso rápido. Para Maria Elvira, presidente do Conselho de Turismo da ACMinas, o problema é cultural e deve ser mudado. Ela lembra que no exterior os mineiros pegam vôos em aeroportos distantes sem reclamar. Aqui querem pegar avião na Praça Sete , alfineta Roberto Luciano Fagundes, secretário estadual adjunto de Turismo. Precisa é de vontade política e pelo menos agora, no
governo atual, há essa vontade de fazer Confins, que
leva o nome do avô do governador, acontecer , afirma
Fagundes. A autorização para a transformação de Confins
em aeroporto-indústria saiu no ano passado. Mas só agora
parece que essa proposta, que permite instalação de
empresas em suas áreas com a oferta de vantagens
tributárias, está em vias de ser viabilizada.
fonte: Jornal Estado de Minas, 30 de junho de 2003 |