Aos 85 anos, morre o Sr. Mihály Bányai fundador do Museu Arquiológico da Lapinha

Refugiado dos campos de concentração da Hungria, chegou ao Brasil em 1957, tendo vindo para Lagoa Santa, em 1963, a convite de um amigo que trabalhava no PAMA_LS.
Aqui, iniciou seus trabalhos como fotógrafo, fazendo ainda pequenos consertos em aparelhos domésticos.
Casado com Maria Bányai, teve 2 filhas nascidas aqui: Anna Palma Bánay Pereira e Érika Suzana Bánay.
Amante da natureza, tornou-se um arqueólogo prático; em 1997, publicou o livro “MINHAS PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS NA REGIÃO DE LAGOA SANTA”.
No prefácio do seu livro (pag. 09), transmite para o leitor, de forma sincera e clara, sua decisão de registrar seu trabalho. Na (pag 10), revela que nenhum dos pesquisadores dos anos 30 lembrou-se de proteger o vastíssimo material arqueológico recolhido por eles, deixando que o material se transformasse em artigo de comércio. Com o tempo, Sr. Mihály conseguiu salvar alguns objetos no mercado livre de Belo Horizonte.
Tinha a opinião de que a cidade respeitava a memória de Dr. Lund, porém, preservava mais sua imagem como propaganda turística, em detrimento dos valores científicos ligados ao seu nome.
Suas pesquisas na Lapa Vermelha, Gruta da Mortuária e região da Gruta da Lapinha, descobriram traços humanos e um importantíssimo cemitério humano com urnas.
Como era um pesquisador prático, (pago. 11), sempre teve dificuldades de expor seus trabalhos em museus de Belo Horizonte e do Rio de Janeiro.
Para tanto, teve a idéia de construir um Museu Arqueológico no complexo da Gruta da Lapinha.
Com o apoio da comunidade, (pag. 12), destacando-se o do Prefeito Dr. João Daher, homem de grande cultura, e do Vice prefeito Dr. Sírio David de Abreu, inaugurou o Museu no dia 05 de maio de 1972, na presença do prefeito Jorge Alcici.
Em seu livro, relata que, a partir de 02 de agosto de 1969, a Gruta da Lapinha foi entregue ao público e aberta para o turismo, com iluminação, passarelas internas e escadarias, além da pavimentação da via de acesso desde Lagoa Santa.


obs.: comenta-se que, no início da exploração do calcário para a produção de cimento na gruta da Lapa Vermelha, iniciado na face da entrada do salão principal, muitos ossos e pinturas primitivas foram parar no engenho e nos fornos da empresa exploradora do minério.

7 julho, 2005

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