Entrou para a história como a Olimpíada ecológica. A energia da Vila era solar. O grupo ecológico Greenpeace acompanhou tudo de perto. O esgoto que era a baía de Homebush, virou um parque natural. Mesmo assim, a disputa do vôlei de praia, em Bondi Beach, foi feito sob protestos dos eco-chatos.

Na cerimônia de abertura, as delegações das duas Coréias desfilaram sob a mesba bandeira, uma vã esperança pelo fim do confronto. Atletas do Timor Leste, que há pouco havia se separado à duras penas da Indonésia, competiram com a bandeira dos cinco anéis. Os aborígenes que tanto protestaram, não foram esquecidos. Cathy Freeman, que venceria os 400 metros no atletismo, acendeu a chama olímpica em uma pira submersa.

Os australianos cuidaram para que tudo desse certo no esporte favorito deles, a natação. A grande vedete, Ian Thorpe, ganhou três medalhas de ouro: nos 400, 4x100 e 4x200 metros. A festa só não foi completa porque nos 200 nado livre o holandês Pieter van den Hoogenband ficou com o ouro, deixando o Torpedo com a prata. O segundo lugar do australiano de 17 anos se repetiu no revezamento 4x100 medley. Entre as mulheres, a holandesa Inge de Brujin ganhou três medalhas de ouro, nos 50, nos 100 metros livre e nos 100 borboleta, ambas com recorde mundial, mais o bronze no revezamento 4x100 metros livre. A natação também foi a responsável pelas maiores inovaçõe tecnológicas, com uma piscina anti-marolas e o advento da fast-skin, a roupa de tubarão. Ambas permitiram a quebra de vários recordes mundiais.

No atletismo, a norte-americana Marion Jones prometeu cinco medalhas de ouro. Caiu um pouco do salto alto e conquistou três, nos 100, 200 metros e no revezamento 4x400. As outras duas foram de bronze, no revezamento 4x100 metros e no salto em distância. No remo, o diabético britânico Steve Redgrave chegou à quinta medalha de ouro, uma campanha que começaram em Los Angeles-1984.

A terceira edição do Dream Team quase virou pesadelo. Desfalcada de vários titulares, que preferiram curtir as férias da longa temporada da NBA, os americanos penaram para derrotar a Lituânia na semifinal. A medalha de ouro veio com uma vitória sobre a França.

Brasil

Era uma Olimpíada que prometia, com muitos favoritos ao ouro decepcionando. Pela primeira vez, desde Montreal-1976, o Hino Nacional Brasileiro não foi ouvido. Foram seis medalhas de prata e seis de bronze.

As decepções começaram no vôlei de praia. As duplas brasileiras não confirmaram o topo do ranking mundial. Shelda e Adriana Behar perderam a final para as australianas Cook e Pottharst e Sandra Pires e Adriana Samuel ficaram com o bronze. Zé Marco e Ricardo, nem chegaram à final: foram bronze

A vela perdeu mais dois ouros nas últimas regatas. Na laser, Robert Scheidt levou a revanche do inglês Ben Ainslie e terminou com a prata. Na classe star, Torben Grael e Marcelo Ferreira levaram o bronze. O revezamento 4x100 metros livre da natação, com Fernando Scherer, Gustavo Borges, Carlos Jayme e Edvaldo Valério, conquistou um ótimo bronze, atrás apenas das favoritas disparadas Austrália e Estados Unidos. Com os bronzes Gustavo Borges e Torben Grael chegaram à quarta medalha cada, e são os maiores medalhistas do Brasil.

Dos tatames vieram as pratas de Tiago Camilo, na categoria leve, e de Carlos Honorato, na categoria médio, depois de quebrar o braço de um oponente. No atletismo, o revezamento 4x100 metros confirmou o que dela se esperava. A medalha de prata. Vicente Lima, Édson Ribeiro, André Silva e Claudinei Quirino só foram superados pelos norte-americanos. Sanderlei Parrela, um dos favoritos nos 400 metros, foi acusado de ter se dopado, mas conseguiu provar a inocência a tempo de chegar em quarto na final.

No hipismo, a equipe brasileira de salto botou a medalha de bronze no pescoço pela segunda vez seguida, com Álvaro Miranda Neto, André Johannpeter, Luiz Felipe de Azevedo e Rodrigo Pessoa. Este último, decepcionou na competição individual, no refugo do cavalo Baloubet du Rouet.

As meninas do basquete e do vôlei chegaram ao bronze. Sem Paula e Hortência, mas com Janeth, o basquete alcançou um bem-vindo bronze. No vôlei, novo bronze.

O futebol masculino decepcionou novamente. Comandados por Vanderlei Luxemburgo, que dispensou os três jogadores acima dos 23 anos, foi eliminado por Camarões, na morte súbita das quartas-de-final. O treinador foi demitido. No feminino, novo quarto lugar.

Gustavo Kuerten, campeão em Roland Garros, caiu nas quartas-de-final diante do russo Yevgeny Kafelnikov – que acabou com o ouro. Por causa da marca da roupa, o tenista número 1 do Brasil quase não disputou os Jogos.